segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Curso de Língua Portuguesa Instrumental - DOCTUM Iúna

Exercícios Aula 1 - 22 de agosto de 2011 Texto para a questão 1:
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’ ? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão? Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso de seus lares.
- Como é?
- Aí galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendendo pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô mamãe!
- Estou vendo que você é um, um ...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.
                                                                                                                            Luís Fernando Veríssimo

1. Luís Fernando Veríssimo constrói o humor por apresentar um jogador de futebol que não corresponde à imagem que normalmente se faz desse tipo de atleta.
a) Qual é essa imagem?
b) Que tipo de linguagem se esperaria que um jogador de futebol utilizasse? Comente.

2. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:
a)    “O carro bateu e capoto, mas num deu pra vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.)
b)    “E aí, ô meu! Como vai essa força?” (Um jovem que fala para um amigo.)
c)    “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” (Alguém comenta em uma reunião de trabalho.)
d)    “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária executiva desta conceituada empresa.” (Alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)
e)    “Porque se a gente não resolver as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros.” (Um professor universitário em um congresso internacional.)

3. A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por pegá-los...
       a) na mentira.
       b) desprevenidos.
       c) em flagrante.
       d) rapidamente.
       e) momentaneamente.

4. Leia com atenção:
As línguas constituem sistemas de comunicação verbal. Conquanto a fala seja da maior importância, fator fundamental de humanidade no homem, a nossa capacidade de comunicar conteúdos expressivos não se restringe às palavras; nem são elas o único modo de comunicação simbólica. Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mundo interno e o externo, outras linguagens além das verbais.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e processo de criação. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 24.

Segundo o texto, é correto afirmar:
a)    Nada pode substituir as palavras como forma de comunicação.
b)    A capacidade humana de comunicação limita-se às linguagens não-verbais.
c)    A fala não é o único elemento a considerar em situações de comunicação.
d)    A fala é indispensável na mediação entre o nosso mundo interno e o externo.

5. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação, podemos dizer que o canal é:
      a) o pai
      b) a filha
      c) telefone                 
      d) o código                
      e) a fala

6. Assinale a alternativa incorreta:
a)    Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b)    Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c)    As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números etc. 
d)    Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e)    Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando novas mensagens.

7. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso porque:
a)   não dominava os signos 
b)   não dominava o código 
c)   não conhecia o referente 
d)   não conhecia o receptor 
e)  não conhecia a mensagem 

8. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é:
a)    o código que ele utiliza 
b)    o canal que ele utiliza 
c)    quem recebe a mensagem 
d)    quem envia a mensagem 
e)    o assunto da mensagem 

9. Leia com atenção:
Nem todo mundo consegue entender o que está escrito nos jornais. Sua linguagem está cheia de conceitos como câmbio, dívida pública, balança comercial, dívida social, imposto progressivo, entre muitos. Sem entender o que significam essas palavras, é impossível saber o que é cidadania. Quando não entende o que está lendo, qualquer pessoa perde o interesse e pára de ler. Nem sempre os jornais (os livros) falam claro e explicam as coisas como deveriam. Se isso ocorresse, mais gente leria as notícias e teria mais consciência dos seus direitos e deveres. Para saber como tudo funciona, é preciso conhecer bem o significado de expressões e conceitos que aparecem todos os dias. O melhor jeito de entender tudo isso é comparando com as coisas que fazem parte do universo do leitor, seu dia-a-dia.
(Gilberto Dimenstein —O Cidadão de Papel)
Você concorda com a argumentação do autor do texto acima? Segundo os elementos da comunicação estudados em sala de aula, a dificuldade de leitura e interpretação dos textos que nos rodeiam, o bloqueio na transmissão das mensagens está no emissor ou em nós, receptores? Comente.



10. Escreva C para as alternativas cujas palavras estão no sentido Conotativo e D para aquelas cujas palavras estão no sentido Denotativo.
a)(     ) Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha.
b)(     ) Você escreveu dúzias de cartas a que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou  murchar.
c)(    ) Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é doce, e também não perder esse jeitinho, de falar devagarinho.

11. Língua e Fala
Na linguagem, pois, distinguem-se dois fatores – a língua e a fala.
Foi Saussure o primeiro a separar e conceituar estes dois aspectos. Ele compara a língua a um dicionário cujos exemplares idênticos são distribuídos entre os indivíduos. Cada falante escolhe na língua os meios de expressão de que necessita para comunicar-se, confere-lhe natureza material, produzindo-se assim a fala.
A fala, de aplicação momentânea, é fruto da necessidade psicológica de comunicação e expressão. Porque é a realização individual da língua, torna-se flutuante e varia, pois muda de indivíduo para indivíduo, de situação para situação. Altera-se facilmente pela influência de fatores diversos – estados psíquicos, ascensão social, migração, mudança de atividade e etc. Não é, porém, um fator de criação e sim de modificação. O indivíduo pelo ato da fala, não cria a língua, pois recebe e usa aquilo que a sociedade lhe ministrou e, de certa forma, lhe impôs.
A língua tem sempre a possibilidade de fixação e sistematização em dicionários e gramáticas. É um patrimônio extenso e ninguém a possui na sua totalidade. Cada falante retém uma parte (embora grande) do sistema, que não existe perfeito em nenhum indivíduo.
(BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos Estudos Linguísticos. 4.ed. São Paulo, Ed. Nacional, 1975. p.64-5.)

Indique as afirmativas corretas, tendo por base o texto apresentado:
a)    Língua e fala são fenômenos exatamente idênticos;
b)    A língua é comparada a um dicionário, pois é impessoal e comum a todos os integrantes de uma comunidade;
c)    A fala é pessoal, cada falante a produz conforme sua vontade;
d)    A fala é invariável, mantendo-se independente da situação;
e)    Uma mudança de atividade implica uma alteração na fala;
f)     Há indivíduos que conhecem e usam uma língua em sua totalidade. 

12. Leia o texto:
Um caipira de Paracatu não era amigo do progresso e não gostava de estrada de ferro.
Tendo-se construído uma ferrovia em sua província, o homem torceu o nariz e protestou jamais embarcar em semelhante condução. E, durante anos, continuou a viajar em seu burrico pelas estradinhas.
O agente de uma estação férrea procurava seduzi-lo e catequizá-lo, demonstrando-lhe como a viajem de trem era mais rápida, barata e cômoda. Porém o matuto não se convencia.
Um dia, contudo, teve urgência de chegar a certa cidade e vê que o cavalo não poderia fazer.
Vai à estação e pergunta:
___ Eu quero compra biete. Quanto custa? O agente regozija-se:
___ Ora! Até que afinal se convenceu, heim?
___ Não, sinhô. Eu quero sabe quanto custa um biete pro burro.
___ Para um burro?
___ Sim, seu compade, pra ele memo.
O agente consulta a tabela e diz:
___ Treze mil e trezentos.
___ Então, você me da um.
Vendido o bilhete, o animal foi metido no vagão próprio e o dono também entrou, na ocasião em que o comboio se punha em movimento.
___ Então – grita o agente – o senhor não salta?
___ Não sinhô, eu também vô.
___ Com assim? Não comprou bilhete!
O matuto meteu o pé no estribo, montou o animal e gritou muito ancho, quando o carro já saía da estação:
___ Eu vô no cavalo.                          
                                                                                                                                             Urbano Duarte

Como o Brasil é um país muito grande em território, a língua sofre uma variação. É o que os gramáticos e linguistas chamam de Variantes Linguísticas. O meio urbano e rural também influencia na língua do brasileiro. Retire do texto um exemplo de um caso como o descrito acima e trace um perfil do indivíduo que utilizou a língua nesta sua forma.


13. Num restaurante de beira de estrada, desses frequentados principalmente por caminhoneiros, havia junto a porta de entrada dos banheiros masculino e feminino um lavabo. Próximo a pia havia uma placa com os seguintes dizeres: “Favor lavar apenas as mãos”. Analise a placa de acordo com os elementos da comunicação estudados, verificando também a intencionalidade e situacionalidade do texto em questão.

14. Na expressão “A natureza para estar chorando” temos:
a) catacrese
b) metonímia
c) ironia
d) personificação
e) eufemismo

15. Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
      a) prosopopeia e hipérbole;
      b) hipérbole e metonímia;
      c) perífrase e hipérbole;
      d) metonímia e eufemismo;
      e) metonímia e prosopopeia.

16. “- O zum-zum-zum das crianças no prédio...”
a) perífrase
b) prosopopeia
c) anáfora
d) onomatopeia

17. “Eu já lhe disse um bilhão de vezes para não exagerar quando falar!”
a) comparação
b) hipérbole
c) apóstrofe
d) hipérbato

18. “- Este anel deve ter custado os olhos da cara.”
a) hipérbato
b) metonímia
c) metáfora
d) hipérbole

19. .“- O Morro dos Ventos Uivantes... “
a) perífrase
b) prosopopeia
c) metáfora
d) metonímia

20. Na frase: "Não se esqueça de levar o som, pois churrasco sem música é entediante", em relação ao termo "som" é correto dizer que ocorre:
a) metáfora
b) metonímia
c) perífrase
d) anáfora

21. O procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação é denominado:
a) sinestesia
b) hipérbole
c) paradoxo
d) ironia

22. Em "o meu olhar é nítido como um girassol", a expressão "como um girassol" denota circunstância de:
a) metáfora
b) antonomásia
c) onomatopeia
       d) comparação

Aproveite a oportunidade e faça cada exercício com atenção, amor, carinho e respeito. É hora de lembrar o que ouviu na sala! E... "Balance a cabeça, leitor!" Levanta para cuspir que já está babando no travesseiro! Abraço a todos.

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